Estou formada e oficialmente desempregada. Também estou com um pouco de dor nas pernas por conta dos saltos, mas isso não importa muito, não é?
Fevereiro de 2014, minha entrada no São Vicente. Conheci pessoas maravilhosas: alunos, professores, funcionários... Tive decepções, mas quem não as tem?
Todo adolescente passa por uma mudança, seja radical ou leve, e eu passei. Havia mudado de escola, a maioria dos meus amigos estavam em outra escola, ainda estava com cabelo liso de chapinha e com um coração apavorado por ter entrado em uma escola nova.
No primeiro dia, não conversei com ninguém, mas tentaram puxar assunto comigo.
No segundo dia, puxei assunto com uma menina, e depois fui me abrindo, fui criando laços que quero levar para o resto da vida, criei manias baseadas em pessoas que pegaram meu interior e sacudiram como se sacode um suco de caixinha.
Janeiro de 2015, fui trocada de escola novamente, fui para o Telles.
Quanto medo, quantas lágrimas! O medo de não conseguir interagir novamente, de ser a excluída, a estranha, aaaah! Mas não, logo no primeiro dia, um grupo de meninas veio me desejar as boas-vindas, sala super receptiva, funcionários mais maravilhosos!
Ah, parecia um sonho! Claro que havia desavenças, brigas, panelinhas, mas aquela sala se mantinha unida feito chiclete na sola do sapato em dia de verão.
Mais um medo, mas, dessa vez, foi para a sala: iríamos para o Savi. Muito choro, ideias de motim, mais choro, mais ideias de motim e de como deixaríamos nossa marca no Telles.
Eu, que fiquei lá só por um ano, senti um amor gigantesco exalando daquela escola: tão pequenina em espaço, mas tão grande em afeto! Mas conseguiram ficar juntos, manter a história.
Fevereiro de 2016, voltei para o São Vicente. A sala do Telles ficou unida, mas agora possuía novos integrantes, foi aí que a rixa Savi-Telles foi caindo, perdendo o sentido.
A gincana, que foi deveras estressante, serviu para unir e para separar, pois, em nossa idade, devemos aprender que nem tudo permanece unido, que a separação faz bem, que falar umas verdades é necessário (e por falar em umas verdades, todos nós sabemos que o dragão de Junds ficou beeeeem melhor que o dragão de Sampa).
Unimo-nos de uma maneira não física ou "de panelas", unimo-nos de uma maneira singular, de uma maneira que, dentro de nossos peitos, podemos dizer "ali estão pessoas em que posso contar".
Colegas, amigos, professores, todos, obrigada por se fazerem presentes em minha vida. Obrigada por não deixar apagar em mim a chama da curiosidade, do amor pelo conhecimento e por ter me proporcionado anos difíceis, mas terem me proporcionado forças para que eu continuasse de cabeça erguida, linda, leve e louca.
Aos paraninfos, desejo-lhes mais alunos como eu... mentira! Não sou tão convencida assim, só às vezes, mas essa maldição eu não quero pra ninguém. Desejo-lhes, do fundo de meu coração, sucesso, paciência, saúde e mais reconhecimentos por serem pessoas maravilhosas, principalmente comigo.
Obrigada por me ouvirem, mesmo cheios de matérias pra passar, obrigada pelo papo super louco sobre vampiros e eu não vou agradecer o Marcelo por achar Sangue Fresco melhor que Evocação, isso eu não admito. Espero tornar-me uma professora e profissional tão boa quanto vocês.
Aos colegas de sala, obrigada por esses anos, obrigada pelos "cala a boca" e obrigada pelas vezes que me ouviram. Posso ser uma pessoa mal-agradecida e dizer que odeio todos, mas aprendi muito com vocês e cresci muito com vocês também.
Aos diretores, coordenadores e a todos os funcionários que eu não sei nomear, obrigada pela paciência e dedicação à minha sala, vocês fizeram um trabalho maravilhoso!
À minha madrinha, agradeço por ter confiado em mim e me apoiado nesses anos, não sei o que seria sem a senhora.
Aos meus pais, agradeço-lhes o dom da vida, mesmo sendo uma péssima filha, lá no fundo, eu aprecio tudo o que vocês fizeram por mim.
E por último, mas não menos importante, obrigada aos motoristas de ônibus por não terem entrado de greve esse ano, vocês moram no meu coração.
A todos, obrigada por essa maravilhosa jornada que eu chamei de Ensino Médio.
edit1: não posso deixar de agradecer a todos os professores maravilhosos que sempre me apoiaram e puxaram minha orelha nas horas devidas, que tiveram paciência comigo e por todas as brincadeiras. Adoro vocês.
PS: vou marcar pouca gente porque eu sempre esqueço do povo.
PS2: não teve bolo.
Rita de Cássia Chaves dos Santos