terça-feira, 28 de outubro de 2025

A REVOLUÇÃO DAS HAVAIANAS

Texto publicado em 29/10/2025  pela Radio Shiga, Japão, disponível em: https://www.wp.radioshiga.com/2025/10/a-revolucao-das-havaianas/

Ouça em https://youtu.be/F5E6W9q70qc?si=XMvORtfdIM5BCqn9  o áudio produzido para a Educa Web Radio, cujo texto está a seguir:

Mais do que um simples chinelo de borracha, as Havaianas são praticamente um “personagem” da cultura brasileira. 

Criadas em 1962 pela São Paulo Alpargatas, foram inspiradas nas sandálias japonesas Zori, feitas de palha de arroz; daí o famoso padrão de “grãos de arroz” na palmilha. 

O primeiro modelo era azul e branco, simples e barato, o calçado oficial da classe trabalhadora. Minha mãe foi uma das primeiras a usá-las, mas jamais para sair de casa;  somente para lavar a cozinha, porque não escorregava.

O sucesso foi tanto que, nos anos 1980, as Havaianas foram parar até na cesta básica!

Isso mesmo: um produto tão essencial quanto o arroz e o feijão, com preço tabelado pelo governo. 

O slogan da época dizia tudo: “As legítimas: não deformam, não soltam as tiras e não têm cheiro.”

Mas eis que chegam os anos 1990, e o chinelo humilde ganha status. A revolução começou nos pés dos surfistas, que viravam as solas para mostrar o lado colorido — e a Alpargatas, aproveitando a ideia, lançou a linha Havaianas Top, colorida e estilosa. 

O golpe de mestre veio em 1998, com o modelo Havaianas Brasil, que trazia a bandeira nacional nas tiras, surfando o clima da Copa do Mundo. 

O time perdeu, mas o chinelo venceu: virou símbolo de moda, de brasilidade e de bom humor exportado.

Hoje, com mais de 60 anos de história e presença em mais de 100 países, as Havaianas se tornaram um símbolo de design e marketing, unindo ricos e pobres sob o lema “Todo mundo usa.”

E pra encerrar, uma história real digna de podcast: uma intercambista do Rotary Club de Jundiaí, oriunda da cidade canadense de Kamloops, Reid Brodie, apaixonada pelas sandálias, se casou em 2008 usando Havaianas e ainda distribuiu 100 pares no casamento! 

O resultado? Um verdadeiro frenezi internacional de borracha e alegria. 

Afinal, Havaianas são assim: simples, confortáveis e, acima de tudo, genuinamente brasileiras.



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terça-feira, 21 de outubro de 2025

CHIQUINHA GONZAGA, UMA MULHER À FRENTE DE SEU TEMPO


Chiquinha Gonzaga, uma mulher à frente de seu tempo

Elisabete Panssonatto Breternitz (*)

Chiquinha Gonzaga, nascida Francisca Edviges Neves Gonzaga, veio ao mundo no Rio de Janeiro em 1847 e faleceu na mesma cidade em 1935.

Pianista, compositora, instrumentista e maestrina, tornou-se uma das figuras mais marcantes da música brasileira. Foi a primeira pianista chorona, isto é, musicista de choro, gênero que se consolidava como expressão da cultura popular urbana.

Em 1899, compôs a primeira marchinha carnavalesca com letra, a célebre Ó Abre Alas, que permanece viva no imaginário coletivo. Além disso, foi pioneira ao se tornar a primeira mulher a reger uma orquestra no Brasil, quebrando barreiras de gênero em um espaço historicamente restrito aos homens.

No cenário musical do século XIX, dominado por valsas, polcas e tangos entre as elites, Chiquinha ousou aproximar o piano das sonoridades populares, traduzindo em suas composições a diversidade cultural do país. Essa adaptação não apenas lhe trouxe reconhecimento, mas também a consolidou como a primeira compositora popular do Brasil.

Sua trajetória esteve igualmente marcada pelo ativismo: foi defensora incansável dos direitos autorais de músicos e dramaturgos, papel que a levou a fundar a Sociedade Brasileira de Autores Teatrais, instituição que permanece como referência até hoje.

Sua história ultrapassa a música. No Passeio Público do Rio de Janeiro, uma estátua, esculpida por Honório Peçanha, perpetua sua memória. Em 2012, homenageando sua contribuição à cultura nacional, foi instituído o Dia da Música Popular Brasileira, celebrado em 17 de outubro, data de seu nascimento.

Chiquinha Gonzaga deixou um repertório vasto, que continua a encantar gerações e a inspirar artistas de diferentes épocas, entre eles nomes consagrados como Elis Regina, Chico Buarque e Caetano Veloso.

Sua vida e obra são marcos da cultura, da criatividade e da luta por igualdade no universo artístico brasileiro.

(*) Elisabete P. Breternitz, especialista em Língua Inglesa pela UNESP, é professora e membro da Academia Feminina de Letras e Artes de Jundiaí – AFLAJ – betenitz@gmail.com


Recanto das Letras - MINHA PRIMEIRA EUCARISTIA: UM DIA INESQUECÍVEL


Texto publicado no site do Recanto das Letras.


Em 21 de outubro de 1962, fiz a minha Primeira Comunhão na Matriz da Imaculada Conceição, no bairro de Vila Arens (Jundiaí), com a condução do vigário Padre Alberto Betke.

Lembro-me com grande alegria e emoção do momento em que recebi Jesus na Hóstia Santa pela primeira vez.

O vestido de laise que usei para a ocasião foi confeccionado com carinho por minha mãe, Teresinha Panssonatto, e minha avó e Madrinha, Maria Agnolon Gobbi.

A celebração da tarde foi marcada por um lanche especial, que incluiu bolo recheado e sorvete, ambos de ameixa.

Naquele ano, 1962, vivíamos tempos difíceis com escassez de produtos básicos no comércio local. Por isso, minha mãe dirigiu-se à Venda do Sesi para conseguir um pouco de trigo, necessário para fazer o meu bolo.

Eram tempos desafiadores, mas que guardo na memória com muita felicidade.

​Em todos os momentos, renovo minha gratidão a Deus pelas inúmeras graças e bênçãos recebidas ao longo de toda a minha vida.

Agradeço por me manter firme na fé, uma herança preciosa que recebi de minhas bisavós, Marieta Gobbi e Catarina Agnolon, de minha avó e Madrinha, Maria Agnolon Gobbi, e de minha mãe.

Meu pedido a Jesus é que me conceda a graça de perseverar e aumentar a minha fé até o fim da minha vida.

terça-feira, 14 de outubro de 2025

Recanto das Letras e Radio Shiga - DIA DO PROFESSOR: POR QUE COMEMORAMOS EM 15 DE OUTUBRO?




Ouça em https://youtu.be/J4I2WM7wiyM?si=Ov5vrrMVZqOCx170 o áudio produzido para a Educa Web Radio, cujo texto está a seguir:


Todo ano, no dia 15 de outubro, o Brasil inteiro homenageia quem dedica a vida a ensinar: o professor.

Mas você já se perguntou por que essa data foi escolhida? A resposta vem lá do Brasil Imperial, há quase 200 anos!

Em 15 de outubro de 1827, o imperador Dom Pedro I assinou um Decreto Imperial que criou o Ensino Elementar no país — o que hoje chamamos de ensino fundamental.

O decreto dizia que todas as cidades, vilas e povoados deveriam ter suas escolas de primeiras letras. Mesmo sendo uma ideia inovadora, demorou muito para sair do papel.

Ainda assim, marcou o início da educação pública brasileira e inspirou o futuro Dia do Professor.

A comemoração do Dia do Professor, como conhecemos hoje, começou 120 anos depois, em 1947, na cidade de São Paulo.

Naquele tempo, o segundo semestre escolar era extenso: começava em 1º de junho e só terminava em 15 de dezembro, com apenas dez dias de férias.

Então, quatro professores do Ginásio Caetano de Campos, situado na Rua Augusta, em São Paulo, liderados por Salomão Becker, resolveram fazer uma pausa para descansar e refletir sobre o ensino.

Becker sugeriu que o encontro fosse no dia 15 de outubro, em homenagem ao antigo decreto de Dom Pedro I.

A ideia deu tão certo que alunos e professores levaram doces de casa e fizeram uma pequena confraternização.

Durante o evento, Becker disse uma frase que se tornaria famosa e que até hoje inspira os educadores: “Professor é profissão. Educador é missão.”

O sucesso da iniciativa foi tão grande que, no ano seguinte, outras escolas começaram a celebrar a data. Aos poucos, o Dia do Professor se espalhou por todo o país.

Em 1963, o governo federal oficializou a data com um decreto, que transformou o 15 de outubro em um feriado escolar nacional.

O decreto também determinou que as escolas promovessem solenidades e homenagens aos professores, com a participação dos alunos e das famílias.

O Dia do Professor é uma data para celebrar e agradecer a todos que dedicam a vida a ensinar, inspirar e transformar realidades.

Mais do que um simples feriado, é um momento de refletir sobre a importância da educação e o papel essencial dos professores na construção de um país melhor.

Que neste 15 de outubro, celebremos muito mais do que uma profissão; celebremos uma missão de vida.

Ser professor é ensinar com o coração, é acreditar no potencial de cada aluno e transformar o futuro através do conhecimento.

Afinal, como dizia o professor Salomão Becker: “Professor é a profissão que forma todas as outras.”

Parabéns, professores! Vocês são os verdadeiros arquitetos dos sonhos e do amanhã.


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segunda-feira, 13 de outubro de 2025

GRANADO: 150 ANOS DE TRADIÇÃO


Ouça em  o áudio https://youtu.be/ENb7EAW89iI?si=YQ26DOZlQmQTdBqW  produzido para a Educa Web Radio, cujo texto está a seguir:


A Granado, a botica mais tradicional do Brasil, é mais do que uma marca, é um símbolo da história, da ciência e da identidade nacional.

Fundada em 1870, no Rio de Janeiro, por José Antonio Coxito Granado, a empresa nasceu do sonho de um imigrante português que acreditava no poder da natureza e no valor da dedicação ao trabalho.

Desde então, a Granado se tornou parte da memória afetiva dos brasileiros, atravessando gerações com seus produtos de qualidade e compromisso com a sustentabilidade.

Quando Granado chegou ao Rio de Janeiro, em 1860, a cidade ainda enfrentava graves problemas de higiene e surtos de doenças como varíola e febre-amarela.

Atento às necessidades da população, ele começou a manipular medicamentos e cosméticos com plantas medicinais cultivadas em sua chácara em Teresópolis. 

Foi nesse contexto que nasceu a Pharmácia Granado, oficialmente inaugurada em 6 de janeiro de 1870.

A qualidade dos produtos logo chamou a atenção das famílias cariocas — inclusive da Família Imperial, que concedeu à botica o título de Pharmácia Oficial da Corte.

Entre os produtos mais antigos, estão o Polvilho Antisséptico, criado em 1903 e aprovado por Oswaldo Cruz, e o Sabonete de Glicerina, produzido desde 1915 e reformulado em 1998, tornando-se o primeiro sabonete vegetal do país.

Com o passar dos anos, a Granado se modernizou sem perder sua essência. Em 1994, o inglês Christopher Freeman assumiu a empresa, introduzindo inovações tecnológicas e novas estratégias de marketing, mantendo o cuidado artesanal e a tradição que tornaram a marca tão respeitada.

Em 2004, a Granado incorporou a perfumaria Phebo, unindo duas grandes histórias da cosmética nacional.

Hoje, com mais de 150 anos de existência, a Granado representa um patrimônio brasileiro que combina tradição, ciência e modernidade. Suas lojas espalhadas pelo Brasil e também em Portugal e França preservam a memória da marca.

Mais do que uma empresa, a Granado segue reunindo tradição e inovação, mantendo uma herança cultural que continua a perfumar e cuidar do Brasil com a mesma dedicação de seu fundador.


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quinta-feira, 9 de outubro de 2025

Recanto das Letras - 04/10/2025 - BILL HALEY NO BRASIL

 


Em abril de 1958, o público brasileiro viu um astro de rock, ao vivo, pela primeira vez. E não era qualquer um, mas simplesmente Bill Haley e seus Cometas, um dos pais do rock, ritmo que começava a ganhar popularidade na época.

Bill e seu conjunto ficaram mundialmente famosos pelas aparições nos filmes 'Sementes de Violência' de 1955 e 'Ao Balanço das Horas', de 1956, também conhecido por 'Rock Around the Clock', a canção que muitos dizem ter lançado o rock no mundo.

A série de oito apresentações em São Paulo aconteceu no Teatro Paramount, na avenida Brigadeiro Luiz Antonio e na boate Oasis, em plena Praça da República. Com ampla divulgação na imprensa, as apresentações contaram com a participação de artistas brasileiros da época, como Pagano Sobrinho, William Forneaut, a banda ‘The Crazys' e oito casais de bailarinos. O show foi apresentado por Blota Junior.

A proeza de trazer um astro de primeira grandeza, que se encontrava no auge, foi da Rádio e TV Record, que transmitiu algumas das apresentações.

Fotos da época mostram uma multidão recebendo Bill Haley e seus Cometas no aeroporto de Congonhas.


ELISABETE PANSSONATTO BRETERNITZ
Enviado por ELISABETE PANSSONATTO BRETERNITZ em 04/10/2025

Publicado em 04 10 2025 no Recanto das Letras, disponível em: https://www.recantodasletras.com.br/artigos-de-cultura/8450171