segunda-feira, 31 de março de 2025

PÁTIO DO COLÉGIO: BERÇO DA CIDADE DE SÃO PAULO



Assista em https://youtu.be/YXd1YeK3jkA?si=F1gepO7yERtNi9Ej  o vídeo produzido para a Educa Web Radio, cujo texto está a seguir:


O Pátio do Colégio, um complexo histórico e cultural localizado no coração da cidade de São Paulo, é um marco fundamental na história do Brasil. 

Ali foi fundada a cidade de São Paulo em 25 de janeiro de 1554 pelos padres jesuítas Manuel da Nóbrega e José de Anchieta.

A história do Pátio do Colégio remonta ao século XVI, quando os padres jesuítas, enviados pela Coroa Portuguesa, chegaram à região com o objetivo de catequizar os indígenas e iniciar a colonização. A construção original, feita de taipa de pilão, serviu como escola, igreja e centro administrativo.

Ao longo dos séculos, o Pátio do Colégio desempenhou um papel importante na história do Brasil; com o passar do tempo, as construções originais sofreram deterioração e foram substituídas por novas edificações.

Atualmente, o Pátio do Colégio abriga um complexo cultural que preserva a memória do local e oferece aos visitantes a oportunidade de conhecer mais sobre a história de São Paulo e do Brasil.

O complexo é composto pelo Museu Anchieta, pela Igreja de São José de Anchieta, pela Biblioteca Padre Antonio Vieira e pelo Café do Pátio.

O Museu Anchieta reúne um acervo de objetos e documentos que contam a história do Pátio do Colégio e da presença jesuíta no Brasil.

A arquitetura da Igreja de São José de Anchieta evoca o estilo colonial e abriga relíquias do santo.

A Biblioteca Padre Antônio Vieira oferece um espaço dedicado à pesquisa e ao estudo da história do Brasil Colonial.

O Café do Pátio proporciona um ambiente agradável para os visitantes desfrutarem de um momento de descanso.

Além disso, acontecem no Pátio do Colégio diversas atividades culturais, como exposições, palestras e apresentações musicais, tornando-se um ponto de encontro para aqueles que buscam conhecimento e entretenimento.

Visitar o Pátio do Colégio é como fazer uma viagem no tempo, permitindo aos visitantes mergulharem nas origens de São Paulo e compreenderem a importância desse local para a formação da identidade brasileira. 

O complexo cultural é um testemunho vivo da história do Brasil e um lembrete da importância de preservar a memória e o patrimônio cultural do país.



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sábado, 29 de março de 2025

LICEU DE ARTES E OFÍCIOS DE SÃO PAULO: UM PILAR DA EDUCAÇÃO E CULTURA


Assista em https://www.youtube.com/watch?v=RkohY_rVofI
 o vídeo produzido para a Educa Web Radio, cujo texto está a seguir:

Fundado em 1873, o Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo é uma instituição que sempre se destacou na educação profissional e na produção cultural.

Criado por aristocratas da elite cafeeira, o Liceu surgiu em um período de transformação do estado de São Paulo, impulsionado pelo crescimento da economia cafeeira e pela necessidade de mão de obra qualificada. 

Tinha por objetivo oferecer educação profissionalizante para jovens e adultos, preparando-os para o mercado de trabalho em áreas como marcenaria, serralheria, desenho e artes aplicadas.

Sob a direção do célebre engenheiro Ramos de Azevedo, a instituição se consolidou, implementando adotando uma abordagem pedagógica inovadora. 

A escola combinava o ensino teórico com a prática, oferecendo aos alunos a oportunidade de desenvolver habilidades técnicas e artísticas em oficinas e laboratórios equipados com as mais modernas ferramentas da época.

Essa metodologia, inspirada nos modelos europeus, contribuiu para a formação de profissionais altamente qualificados e para a disseminação de novas técnicas e conhecimentos.

O Liceu não se limitou a formar profissionais. A instituição também desempenhou um papel importante na promoção da cultura e das artes. 

Abrigou exposições, concertos e eventos culturais, tornando-se um ponto de encontro para artistas, intelectuais e a comunidade em geral. 

Além disso, o Liceu contribuiu para a formação de artistas e artesãos que deixaram sua marca na cidade, como o escultor Galileo Emendabili e o pintor Antonio Rocco.

Ao longo de sua história, o Liceu soube se adaptar às mudanças do mercado de trabalho e às novas demandas da sociedade. A instituição expandiu sua oferta de cursos, incorporando novas áreas de conhecimento e tecnologia. 

Atualmente, o Liceu oferece cursos técnicos em diversas áreas, como design de interiores, comunicação visual e tecnologia da informação, além de cursos de extensão e atividades culturais.

O Liceu deixou sua marca em diversos edifícios e monumentos de São Paulo, contribuindo para a construção da identidade da cidade; dentre eles estão a Pinacoteca do Estado, o Teatro Municipal de São Paulo e o Monumento às Bandeiras.

O Liceu pautou-se por princípios como o ensino gratuito e a formação profissional e humanística. No entanto, enfrenta o desafio de equilibrar a tradição com as demandas do mercado de trabalho e as novas tecnologias.

O Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo permanece como um importante centro de educação e cultura, preservando seu valor e contribuindo para o desenvolvimento da sociedade.



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ITALIANIDADE NO INTERIOR PAULISTA: JUNDIAÍ E A IMIGRAÇÃO ITALIANA E SUA HISTÓRIA DE TRANSFORMAÇÃO

 
 Familia Agnolon: ao centro Catarina e Emilio com os filhos mais novos, Francisco,  Antonia  e  Angelina    



Assista em https://www.youtube.com/watch?v=Bq5HTf3Ti70&t=74s o vídeo produzido para a Educa Web Radio, cujo texto está a seguir:


A italianidade no interior paulista, com especial destaque para Jundiaí, é um capítulo vibrante e multifacetado da história da imigração no Brasil. A chegada massiva de italianos, impulsionada pela busca por melhores condições de vida e oportunidades, transformou a região, deixando um legado cultural e econômico que perdura até os dias atuais.

Em Jundiaí, a presença italiana foi marcante desde o final do século XIX, com a chegada de imigrantes que se dedicaram principalmente à agricultura, em especial ao cultivo da uva. A região, com seu clima favorável e solo fértil, tornou-se um importante centro de produção de vinho, impulsionado pelo conhecimento e pelas técnicas trazidas pelos italianos.

A italianidade em Jundiaí se manifesta de diversas formas, enriquecendo a cultura local. As tradições culinárias, como a produção de massas frescas, pães artesanais e vinhos, foram incorporadas aos hábitos alimentares da região. A música, a dança e as festas religiosas italianas animam as comunidades, criando um ambiente festivo e acolhedor.

As associações italianas, desempenharam um papel fundamental na preservação da cultura e da identidade étnica. Clubes sociais, teatros, escolas e até mesmo um hospital italiano mantinham vivas as tradições e o idioma, fortalecendo os laços entre os imigrantes.

No entanto, a italianidade em Jundiaí também enfrentou desafios e contradições. A política fascista, que buscou cooptar os imigrantes italianos, gerou divisões e conflitos nas comunidades.

A Segunda Guerra Mundial, com a entrada do Brasil ao lado dos Aliados, colocou os italianos em uma situação delicada, com restrições e vigilância, testando os limites da identidade étnica e da lealdade ao novo país.

A partir da década de 1950, a italianidade em Jundiaí passou por um processo de transformação. A industrialização, a urbanização e a modernização da agricultura reduziram a importância relativa da imigração italiana. 

As novas gerações, nascidas no Brasil, adotaram a cultura local, mas mantiveram o orgulho de suas raízes, preservando tradições e costumes.

A herança da imigração italiana em Jundiaí é visível na arquitetura, na culinária, na música e nos sobrenomes de milhares de pessoas. A cidade celebra suas raízes italianas através de eventos como a Festa da Uva, que homenageia a produção de vinho e a cultura italiana.

A italianidade, com seus percursos e descaminhos, contribuiu para a formação da identidade cultural de Jundiaí, enriquecendo o mosaico étnico do Brasil.


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domingo, 23 de março de 2025

A EVOLUÇÃO DA ARTE DE FAZER PÃO: DOS ÁZIMOS À MODERNIDADE

 

Ouça em https://open.spotify.com/episode/3Gmc7xExdOMcjKf1lx7T2d?si=bXK4VOC6QAi9tjtdR1wHJg o áudio produzido para a Educa Web Radio, cujo texto está a seguir:


A arte de fazer pão acompanha a história da humanidade, evoluindo de técnicas rudimentares a processos altamente tecnológicos. Desde os pães ázimos, simples misturas de farinha e água, até as modernas máquinas de fazer pão, a jornada é rica em tradição, inovação e sabor.

Os primeiros pães da história eram os ázimos, ou seja, feitos sem fermento. Sua origem remonta a milhares de anos, com registros em diversas culturas antigas. A simplicidade da receita, farinha e água, refletia a praticidade e a necessidade de um alimento básico e rápido.

A descoberta do fermento marcou um ponto de virada na história do pão. A fermentação, processo natural que libera dióxido de carbono, transformou a textura e o sabor do pão, tornando-o mais leve e macio. Acredita-se que a descoberta tenha sido acidental, com a observação de massas que fermentavam naturalmente devido à presença de leveduras no ar.

Ao longo dos séculos, as técnicas de panificação se aprimoraram. Diferentes tipos de farinha, grãos e fermentos foram incorporados, resultando em uma variedade de pães com sabores e texturas únicas. A sova manual, o tempo de descanso e a modelagem se tornaram etapas cruciais no processo de produção.

A Revolução Industrial trouxe consigo a mecanização da produção de pão. Moinhos de farinha mais eficientes, fornos a vapor e máquinas de sovar permitiram a produção em larga escala, tornando o pão mais acessível à população.

A invenção da máquina de fazer pão doméstica, no século XX, democratizou a produção de pão caseiro. Com um simples toque de botão, é possível preparar pães frescos e saborosos, sem a necessidade de habilidades avançadas ou equipamentos complexos.

Apesar da praticidade das máquinas de pão, a arte de fazer pão artesanal continua viva. Padeiros e entusiastas exploram técnicas ancestrais, fermentação natural e ingredientes orgânicos, buscando resgatar o sabor e a tradição do pão feito à mão.

A arte de fazer pão se manifesta em uma infinidade de formas e sabores ao redor do mundo: pães italianos, franceses, árabes, indianos, cada um com sua identidade cultural e tradição. A diversidade é um reflexo da riqueza da panificação e da sua importância na história da humanidade.

A arte de fazer pão, seja em sua forma mais simples ou sofisticada, continua a encantar e nutrir pessoas em todo o mundo. A paixão pelo pão, transmitida de geração em geração, garante que essa tradição milenar permaneça viva e saborosa.

Não podemos nos esquecer de que fazer pão em casa é um ato de amor e cuidado. É dedicar tempo e atenção a um processo que nutre o corpo e a alma. É compartilhar com familiares e amigos, um pão fresco e saboroso, fruto do seu trabalho.


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segunda-feira, 3 de março de 2025

BOATE OASIS: O CORAÇÃO DA NOITE PAULISTANA NOS ANOS 1950


Ouça em https://open.spotify.com/episode/7egsrhYiyPFlioAKs2fQwv?si=Prag6EZmTgCN5HQSiOSFwg  o áudio produzido para a Educa Web Radio, cujo texto está a seguir:

São Paulo viveu uma efervescência cultural e de entretenimento no final dos anos 1940 e começo dos anos 1950, quando grupos de intelectuais e artistas lançaram a moda de “sair de casa”, numa sociedade outrora fechada em pequenos núcleos, provincianos.

Nesse período surgiram boates de categoria que se tornaram pontos de encontro desses grupos.

A mais famosa delas foi a Oasis, que ficava em um porão do emblemático Edifico Ester, um prédio misto de apartamentos e escritórios na Praça da República, construção modernista lançada pela família Coutinho Nogueira, fazendeiros de café da região de Campinas. A entrada era pela Rua Sete de Abril; mais tarde funcionou ali o Executivo, uma boate não tão refinada assim.

O Ester marcou época, é bonito até hoje, era chique morar e trabalhar ali; atraiu pessoas como o arquiteto Rino Levi, que tinha ali seu escritório. O Dr. Hugo Ribeiro de Almeida, intelectual e famoso otorrinolaringologista tinha seu consultório no Ester.

Hoje o prédio é tombado como testemunho de uma época de transição da S.Paulo antiga para a S.Paulo de hoje.

A Oasis marcou época como boate refinada, com uma frequência selecionada e atrações musicais de primeira. Circulavam por lá Gofredo da Silva Yelles e sua esposa Carolina, sua ex-esposa Lygia Fagundes Telles, além de intelectuais e profissionais como o arquiteto Flavio de Carvalho, Assis Chateaubriand, Sergio Milliet, Tarsila do Amaral, Luis Martins, Mario Donato, Dinah Silveira de Queiroz, Jamil Almasur Haddad e outros.

Grandes artistas apresentaram-se ali, dentre eles Bill Haley e seus Cometas, a primeira banda de rock conhecida mundialmente.

Mas não foi só a Oasis que marcou época. Outras como a Lord , na Av.São João, onde a crooner era Hebe Camargo e cantou Edith Piaf, a Excelsior, na Av.Ipiranga, no hotel do mesmo nome, e algumas poucas outras, onde se apresentaram artistas como Charles Trenet, o maior cantor francês da época, o astro da canção mexicana Pedro Vargas, Lucho Gatica, Sarah Vaughan, Jaqueline Baker, o rei do bolero Gregorio Barrios e outros.

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OS TRENS DA COMPANHIA PAULISTA E O FILÉ ARCESP


Ouça em https://open.spotify.com/episode/1TIOJDPGEEvoqEJMk6Rdth?si=xEYubX30Tkmpx1ZkeLhMEw
 o áudio produzido para a Educa Web Radio, cujo texto está a seguir:


Até o início dos anos 1980, os trens da Companhia Paulista de Estradas de Ferro eram um excelente meio de transporte entre a capital e o interior do Estado de São Paulo.

Os trens de longo curso da Paulista, que ligavam São Paulo às barrancas do rio Paraná, eram dotados de carros restaurante, onde podia-se desde simplesmente tomar uma cerveja bem gelada, um gin tônica ou uma dose de uísque e petiscar, até almoçar ou jantar.

Houve tempo em que, para ir a esses carros, era necessário vestir paletó e gravata e retirar uma senha.

O prato mais famoso servido nesses carros era o Filé ARCESP.

O consagrado jornalista e escritor Ignácio de Loyola Brandão, natural de Araraquara, que viajou muito nos trens da Companhia Paulista, lembra o filé: "Era um bife muito grande, com tomate, ervilhas e cebola servidos na manteiga, acompanhado de arroz", descreve Loyola. "Até hoje lembro do aroma."

O nome do prato homenageava passageiros muito frequentes: os viajantes, como eram chamados na época os representantes comerciais; o nome do prato, vem do nome da entidade que os reunia, a Associação dos Representantes Comerciais do Estado de São Paulo - ARCESP.

A receita original se perdeu, mas das lembranças de viajantes é possível tentar reproduzi-la. Uma receita também pode ser encontrada no YouTube, embora falte um ingrediente hoje impossível de encontrar: os trens da Companhia Paulista...


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