Na minha infância, tempos difíceis tornavam esse desejo quase impossível.
Eu via as bonecas nas vitrines e imaginava como seria tê-la nos braços, cuidar dela, dar-lhe um nome, um lar.
Finalmente, no Natal de 1961, então com 7 anos, esse sonho se tornou realidade: ganhei minha boneca Estrela.
Lembro até hoje da emoção de abrir o presente, que estava nos pés da minha cama, do cheiro novo do plástico, do vestido lindo e dos olhos que fechavam quando a deitava.
Que alegria levar minha boneca para a casa da minha avó, para o almoço de Natal e mostrá-la para todos.
Minha irmã também ganhou um bebê, porque ela era ainda pequena e meu irmão um caminhão grande.
Aquele, com certeza, foi um dos melhores Natais de minha vida; com a graça de Deus tenho muitos Natais inesquecíveis.
Guardei-a com carinho todos esses anos, como um símbolo da realização de um desejo puro e da força dos sonhos infantis.
Hoje, ao olhar para ela, vejo mais do que uma boneca: vejo minha história, minha infância, a alegria e a inocência próprias da idade.