Ouça em https://youtu.be/4qjcQw76xd0?si=qZ2pB6x3FTsTfxMj o áudio produzido para a Educa Web Radio, cujo texto está a seguir:
Em tempos pós-pandemia, quando aumentam as vozes contrárias às vacinas, é essencial recordar a trajetória de Oswaldo Gonçalves Cruz (1872-1917), médico, bacteriologista, epidemiologista e sanitarista brasileiro, considerado um dos pais da saúde pública no país.
Nascido em São Luiz do Paraitinga, mudou-se jovem para o Rio de Janeiro, onde ingressou na Faculdade de Medicina aos 15 anos, formando-se em 1892 com estudos pioneiros em microbiologia.
Entre 1897 e 1899, aperfeiçoou-se no Instituto Pasteur, em Paris, aprofundando conhecimentos em imunologia e soroterapia.
De volta ao Brasil, assumiu papel decisivo no combate às epidemias. Como diretor do Instituto Soroterápico Federal, posteriormente transformado em Instituto Oswaldo Cruz, hoje a internacionalmente respeitada Fundação Oswaldo Cruz, (Fiocruz), coordenou a produção de soros e vacinas e estruturou pesquisas fundamentais para a saúde pública.
Em 1903, foi nomeado diretor da Diretoria-Geral de Saúde Pública, de onde comandou campanhas contra febre amarela, peste bubônica e varíola.
Suas medidas sanitárias incluíam o isolamento de doentes, a eliminação de vetores e a vacinação em massa.
A obrigatoriedade da vacina contra a varíola desencadeou forte reação popular, culminando na Revolta da Vacina (1904).
Apesar das críticas, sua persistência trouxe resultados: a febre amarela foi erradicada no Rio de Janeiro em 1907, e a população, diante de novos surtos, passou a procurar espontaneamente a imunização.
O reconhecimento internacional veio no mesmo ano, quando recebeu medalha de ouro no Congresso Internacional de Higiene e Demografia de Berlim, pelo saneamento da capital brasileira.
Sua dedicação também se estendeu à malária e a outras doenças tropicais, deixando uma herança de caráter científico e institucional que culminou na criação da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), referência mundial em saúde até hoje.
A obra de Oswaldo Cruz comprova que, embora sempre tenham existido opositores às vacinas, a ciência e a imunização permanecem como os mais poderosos instrumentos de proteção da vida e de avanço da saúde pública.
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