terça-feira, 11 de novembro de 2025

FIGOS RAMY CICA: DOCE LEMBRANÇA DE UMA ÉPOCA INESQUECÍVEL

Assista em https://www.youtube.com/watch?v=HG-o71jQeu0 o vídeo completo e em a versão reduzida, https://www.youtube.com/shorts/P7So1Iw-SrQ  produzidos para a Educa Web Radio, cujo texto está a seguir:


Os Figos Ramy, produzidos pela CICA desde 1945, tornaram-se um doce querido pelos brasileiros até deixados de serem fabricados em 1986.

Eram figos roxos maduros e firmes, transformados em passas carnudas, mergulhadas em calda espessa, vendidos em latas de 600 gramas.

Produzidos apenas entre janeiro e março, chegaram a 300 mil latas anuais. Degustavam-se puros ou com creme de leite,  sorvete etc. 

O pintor Di Cavalcanti, nos anos 1960, servia os figos com fatias de laranja para “quebrar a doçura”.

O nome “Ramy” veio de Vila Rami, bairro de Jundiaí onde havia uma fazenda com figueiras e cultivo de rami.

O fundador da CICA, o siciliano Antonino Messina, encantou-se com os figos secos preparados por um funcionário da fazenda, Carlo, e decidiu industrializá-los com a ajuda de um confeiteiro italiano, Magnani.

O trio criou um processo demorado e artesanal, que resultava em um doce de sabor inigualável, exportado até para a Escandinávia. 

Segundo Salvador Messina Neto, último vice-presidente da CICA, o doce deixou de ser produzido por causa do alto custo.

Hoje, há inúmeras cópias do Figo Ramy, mas que não conseguem se igualar ao original.

Com um toque de nostalgia, pode-se dizer que, quem provou, levou consigo o sabor de um tempo que não volta; quem não provou, perdeu o doce segredo que o tempo guardou.


A programação completa da rádio está em:




FARENHEIT 451: O FOGO DA IGNORÂNCIA

Assista em https://youtu.be/DMogjKTmObk?si=_gx5C5F_Msgejcpm o vídeo complet   produzido para a Educa Web Radio, cujo texto está a seguir:

Publicado em 1953, Fahrenheit 451, de Ray Bradbury, é uma distopia que reflete os temores e tensões da Guerra Fria: censura, vigilância estatal e manipulação ideológica.

Em meio à radicalização política e ao avanço dos meios de comunicação, o autor denuncia uma sociedade que renuncia ao pensamento crítico em troca da segurança e do entretenimento superficial.

Preocupado com o poder crescente da televisão e a perda do hábito da leitura, Bradbury constrói uma alegoria sobre o perigo da ignorância coletiva.

O protagonista, Guy Montag, é um bombeiro encarregado de queimar livros, símbolos de liberdade e reflexão. Sua trajetória, do conformismo à consciência crítica, representa a luta humana pela autonomia intelectual.

Ao descobrir o valor dos livros, Montag passa a lê-los secretamente e, perseguido, foge para o campo, onde encontra “homens-livros” exilados que decoram obras para preservá-las em um mundo onde os livros impressos são proibidos.

Ao lado deles, ele vislumbra um futuro no qual o conhecimento possa renascer, após ver sua cidade destruída por uma guerra nuclear.

A sociedade retratada vive anestesiada, incapaz de dialogar, envolta por telas e ruídos que substituem o silêncio necessário à reflexão. Assim, a fogueira que consome os livros simboliza a destruição do conhecimento e da própria humanidade.

Hoje, o alerta de Bradbury permanece atual: o “fogo” assume novas formas: desinformação, censura digital, polarização e consumo acrítico nas redes sociais.

A cultura da rapidez e da distração fragmenta o pensamento e cria uma alienação tão eficaz quanto a do Estado opressor descrito no romance.

Ao mostrar uma sociedade que se perde ao abandonar os livros e o pensamento livre, Fahrenheit 451 reafirma a leitura, a educação e a consciência crítica como pilares da verdadeira liberdade.

Como curiosidade, o título faz alusão à temperatura em que o papel queima: 451° F, que equivale a 233 °C —, metáfora do momento em que o conhecimento é destruído.


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sábado, 8 de novembro de 2025

VERA RUBIN E GRACE HOPPER: QUANDO O BRILHO DAS MULHERES MOVE O MUNDO

 


Assista  em https://youtu.be/kfZqBeT7oVM?si=uAdc5rLzoFEhhY37   o vídeo completo e em https://youtube.com/shorts/XY8tJUZYj-Q?si=4ecw2pyJfX_T4ao8 a versão reduzida, produzidos  para a Educa Web Radio, cujo texto está a seguir:


A Nvidia, maior empresa do mundo em valor de mercado, fabrica chips e componentes essenciais à indústria de computadores, valendo mais de 5 trilhões de dólares.

Recentemente, seu CEO Jensen Huang apresentou ao vivo o novo superchip voltado à inteligência artificial e à computação de alto desempenho, batizado de Vera Rubin, em tributo a uma mulher que iluminou os mistérios do cosmos.

Como nos próximos tempos ouviremos falar muito desse produto, convém lembrar quem foi Vera Rubin.

Nascida em 1928, Vera Florence Cooper Rubin foi uma astrônoma brilhante, formada pelo Vassar College, tendo mestrado pela Universidade Cornell e doutorado pela Universidade de Georgetown, onde também lecionou.

Na década de 1970, ao lado de Kent Ford, revelou ao mundo a existência da matéria escura, substância que compõe cerca de 85% do universo. Essa descoberta transformou a compreensão do cosmos, ainda que não lhe tenha rendido o Nobel, lacuna amplamente lamentada.

Em vida, recebeu inúmeras honrarias, e um dos maiores observatórios do planeta, no Chile, leva seu nome.

Rubin faleceu em 2016, aos 88 anos, e é a segunda cientista homenageada pela Nvidia, após Grace Hopper, pioneira da computação.

Hopper, nascida em 1906, almirante da Marinha dos Estados Unidos, foi responsável por desenvolver as primeiras linguagens de programação, lançando as bases da era digital.

É inspirador ver que mulheres que dedicaram sua vida à ciência e à tecnologia têm, finalmente, seu valor reconhecido em criações que moldam o futuro.


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