Assista em https://youtu.be/DMogjKTmObk?si=_gx5C5F_Msgejcpm o vídeo complet produzido para a Educa Web Radio, cujo texto está a seguir:
Publicado em 1953, Fahrenheit 451, de Ray Bradbury, é uma distopia que reflete os temores e tensões da Guerra Fria: censura, vigilância estatal e manipulação ideológica.
Em meio à radicalização política e ao avanço dos meios de comunicação, o autor denuncia uma sociedade que renuncia ao pensamento crítico em troca da segurança e do entretenimento superficial.
Preocupado com o poder crescente da televisão e a perda do hábito da leitura, Bradbury constrói uma alegoria sobre o perigo da ignorância coletiva.
O protagonista, Guy Montag, é um bombeiro encarregado de queimar livros, símbolos de liberdade e reflexão. Sua trajetória, do conformismo à consciência crítica, representa a luta humana pela autonomia intelectual.
Ao descobrir o valor dos livros, Montag passa a lê-los secretamente e, perseguido, foge para o campo, onde encontra “homens-livros” exilados que decoram obras para preservá-las em um mundo onde os livros impressos são proibidos.
Ao lado deles, ele vislumbra um futuro no qual o conhecimento possa renascer, após ver sua cidade destruída por uma guerra nuclear.
A sociedade retratada vive anestesiada, incapaz de dialogar, envolta por telas e ruídos que substituem o silêncio necessário à reflexão. Assim, a fogueira que consome os livros simboliza a destruição do conhecimento e da própria humanidade.
Hoje, o alerta de Bradbury permanece atual: o “fogo” assume novas formas: desinformação, censura digital, polarização e consumo acrítico nas redes sociais.
A cultura da rapidez e da distração fragmenta o pensamento e cria uma alienação tão eficaz quanto a do Estado opressor descrito no romance.
Ao mostrar uma sociedade que se perde ao abandonar os livros e o pensamento livre, Fahrenheit 451 reafirma a leitura, a educação e a consciência crítica como pilares da verdadeira liberdade.
Como curiosidade, o título faz alusão à temperatura em que o papel queima: 451° F, que equivale a 233 °C —, metáfora do momento em que o conhecimento é destruído.
A programação completa da rádio está em:
