terça-feira, 11 de novembro de 2025

FARENHEIT 451: O FOGO DA IGNORÂNCIA

Assista em https://youtu.be/DMogjKTmObk?si=_gx5C5F_Msgejcpm o vídeo complet   produzido para a Educa Web Radio, cujo texto está a seguir:

Publicado em 1953, Fahrenheit 451, de Ray Bradbury, é uma distopia que reflete os temores e tensões da Guerra Fria: censura, vigilância estatal e manipulação ideológica.

Em meio à radicalização política e ao avanço dos meios de comunicação, o autor denuncia uma sociedade que renuncia ao pensamento crítico em troca da segurança e do entretenimento superficial.

Preocupado com o poder crescente da televisão e a perda do hábito da leitura, Bradbury constrói uma alegoria sobre o perigo da ignorância coletiva.

O protagonista, Guy Montag, é um bombeiro encarregado de queimar livros, símbolos de liberdade e reflexão. Sua trajetória, do conformismo à consciência crítica, representa a luta humana pela autonomia intelectual.

Ao descobrir o valor dos livros, Montag passa a lê-los secretamente e, perseguido, foge para o campo, onde encontra “homens-livros” exilados que decoram obras para preservá-las em um mundo onde os livros impressos são proibidos.

Ao lado deles, ele vislumbra um futuro no qual o conhecimento possa renascer, após ver sua cidade destruída por uma guerra nuclear.

A sociedade retratada vive anestesiada, incapaz de dialogar, envolta por telas e ruídos que substituem o silêncio necessário à reflexão. Assim, a fogueira que consome os livros simboliza a destruição do conhecimento e da própria humanidade.

Hoje, o alerta de Bradbury permanece atual: o “fogo” assume novas formas: desinformação, censura digital, polarização e consumo acrítico nas redes sociais.

A cultura da rapidez e da distração fragmenta o pensamento e cria uma alienação tão eficaz quanto a do Estado opressor descrito no romance.

Ao mostrar uma sociedade que se perde ao abandonar os livros e o pensamento livre, Fahrenheit 451 reafirma a leitura, a educação e a consciência crítica como pilares da verdadeira liberdade.

Como curiosidade, o título faz alusão à temperatura em que o papel queima: 451° F, que equivale a 233 °C —, metáfora do momento em que o conhecimento é destruído.


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