sábado, 3 de junho de 2023

LYGIA FAGUNDES DA SILVA TELLES - A DAMA DA LITERATURA BRASILEIRA



Ouça em https://soundcloud.com/elisabete-bretenitz/lygia-telles o áudio produzido para a Educa Web Radio, cujo texto está a seguir. 

A programação completa da rádio está em https://www.educawebradio.com.br/

Lygia de Azevedo Fagundes nasceu em São Paulo, em 19/04/1918 na rua Barão de Tatuí, no bairro de Santa Cecília.

Filha de Maria do Rosário Silva Jardim de Moura, conhecida como Zazita, uma pianista, e Durval de Azevedo Fagundes, procurador e promotor público, que também trabalhou como advogado distrital, comissário de polícia e juiz.

Em 1941, ingressou na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, sendo uma das seis mulheres em uma classe com mais de cem homens e em 1947, casou-se com Goffredo da Silva Telles Jr. seu professor de direito internacional privado. 

Na ocasião, Goffredo era deputado federal,  e em virtude desse fato, o casal mudou-se para o Rio de Janeiro, onde funcionava a Câmara Federal.  Lygia exerceu a advocacia na Secretaria de Agricultura durante algum tempo, mas a abandonou pelas letras, tornando-se colaboradora do jornal carioca A Manhã, para o qual escreveu uma coluna de crônicas semanal.

Com seu retorno à capital paulista, em 1952, começou a escrever seu primeiro romance, Ciranda de Pedra (1954), que a tornou conhecida nacionalmente.

Em 1954, nasceu o único filho do casal, Goffredo da Silva Telles Neto.

Integrou a Academia Paulista de Letras e também a Academia Brasileira de Letras desde a década de 80. Foi considerada por acadêmicos, críticos e leitores uma das mais importantes e notáveis escritoras brasileiras do século XX e da história da literatura brasileira. 

Além de advogada, romancista e contista, Lygia teve grande importância no pós-modernismo; suas obras retratam temas clássicos e universais como a morte, o amor, o medo e a loucura, além da fantasia.

Por 4 vezes foi agraciada pelo Prêmio Jabuti por suas obras: “O jardim selvagem” (1966), “As meninas” (1973), “A noite escura e mais eu” (1996) e a coletânea “Invenção e Memória” (2001). 

Em 2005, pelo conjunto da obra recebeu o Prêmio Camões, que homenageia autores de língua portuguesa. Lygia tem obras traduzidas para vários idiomas e adaptadas para cinema, teatro e TV.

Lygia Fagundes da Silva Telles, conhecida como "a dama da literatura brasileira", nos deixou em 3 de abril de 2022.