domingo, 28 de abril de 2024

ADONIRAN BARBOSA, INESQUECÍVEL

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Adoniran Barbosa, nome artístico de João Rubinato, foi um dos mais importantes compositores e intérpretes da música popular brasileira.

Nasceu em Valinhos em 1910, viveu algum tempo em Jundiaí, e faleceu em 1982.

Sua obra é marcada pela valorização do universo urbano e das camadas populares, especialmente da cidade de São Paulo.

Filho de imigrantes italianos, desde jovem mostrou interesse pela música e pelo teatro. Porém, foi apenas na década de 1930 que começou a ganhar reconhecimento como artista, principalmente como compositor e intérprete de sambas.

Sua carreira artística floresceu nas décadas seguintes, especialmente nas rádios e nos palcos de São Paulo.

Adoniran se destacava não apenas por sua voz peculiar, marcada por um sotaque característico da capital paulista, mas também por suas músicas com letras bem-humoradas, nas quais eram abordados temas como o trabalho árduo, o cotidiano, as dificuldades financeiras e aquelas enfrentadas pelos trabalhadores urbanos, os amores perdidos além da vida nos bairros populares da cidade.

Adoniran Barbosa alcançou grande sucesso com composições como "Saudosa Maloca", "Trem das Onze" e "Samba do Arnesto", entre outras, que se tornaram clássicos da música brasileira.

Sua habilidade em capturar a essência da vida simples e popular fez dele um ícone da cultura paulistana e brasileira.

Sua música mais conhecida, "Trem das Onze", tornou-se um hino não oficial da cidade de São Paulo, retratando as agruras de um rapaz que precisa voltar para casa antes das onze da noite para não enfrentar a ira da mãe.

Além de compositor, Adoniran também foi um talentoso ator, participando de filmes e programas de rádio e televisão.

Deixou um legado importante para a cultura brasileira, influenciando gerações de músicos e compositores.

Entretanto, apesar de sua fama, a vida pessoal de Adoniran foi marcada por dificuldades. Problemas financeiros e de saúde o acompanharam ao longo dos anos.

Em 1982, aos 72 anos de idade, Adoniran Barbosa faleceu em São Paulo, vítima de complicações decorrentes de problemas cardíacos.

A morte de Adoniran foi um momento de luto para o Brasil, especialmente para os amantes da música popular.

Seu legado, entretanto, perdura até os dias de hoje. Suas composições continuam a ser celebradas e interpretadas por artistas de diversas gerações, e sua influência na cultura brasileira é inegável.

Sem dúvida, foi um dos maiores talentos que o país já produziu.

PADRE LANDELL - UM HERÓI BRASILEIRO

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O Padre jesuíta, Roberto Landell de Moura, um nome muitas vezes esquecido nas páginas da história, mas cujas contribuições revolucionaram o mundo das comunicações, nasceu em 1861, em Porto Alegre.

Sua mente inquisitiva e determinação o levaram a explorar o campo das transmissões sem fio, muito antes do advento das modernas telecomunicações.

No ano de 1900, o Jornal do Commercio relatava que Landell realizou um feito notável ao conduzir as primeiras transmissões de voz através do rádio.

Suas experimentações e inovações superaram em alguns anos as realizações do renomado inventor italiano Guglielmo Marconi.

Essas transmissões pioneiras marcaram o início de uma nova era na comunicação humana, abrindo caminho para o desenvolvimento da rádio e das comunicações sem fio como as conhecemos hoje.

Marconi encontrou na Europa uma cultura favorável à inovação científico/tecnológica, mas Pe. Landell não teve o mesmo apoio por aqui; por essa razão permaneceu por alguns anos nos Estados Unidos, onde patenteou e aperfeiçoou seus inventos.

Na sua volta ao Brasil, a nossa Marinha passou a utilizar esses inventos a bordo de seus navios.

O Pe. Landell também realizou pesquisas objetivando a transmissão de imagens, sendo por essa razão considerado um dos precursores da televisão.

Antes de morrer foi elevado pelo Vaticano a Monsenhor e nomeado Arcediago, sendo estas justas homenagens por seu trabalho como sacerdote e cientista. Também o Exército o homenageou, dando seu nome ao Centro de Telemática localizado em Porto Alegre.

O legado de Padre Landell de Moura vive não apenas nas tecnologias que utilizamos diariamente, mas também na inspiração que sua história proporciona.

Sua coragem, determinação e visão são um testemunho da capacidade humana de superar obstáculos e moldar o futuro.

Que sua história continue a inspirar futuras gerações a buscar o conhecimento, explorar novas fronteiras e deixar sua marca no mundo.

domingo, 14 de abril de 2024

ANITA MALFATTI - UMA GRANDE ARTISTA BRASILEIRA

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Anita Catarina Malfatti nasceu em São Paulo, em 1889. Pintora, desenhista, gravadora, ilustradora e professora, foi uma das pioneiras do Modernismo.

Era portadora de uma deficiência: nasceu com atrofia no braço e na mão direita. Aos três anos de idade foi levada pelos pais a Lucca, na Itália, na esperança de corrigir o defeito congênito. O tratamento médico não teve êxito, e ela pintava com a mão esquerda.

Estudou no então Mackezie College, onde se formou e mais tarde foi professora.

Iniciou seus estudos artísticos com sua mãe, que também era pintora. Em 1910 foi para a Alemanha cursar a Academia Imperial de Belas Artes.

Retornou ao Brasil em 1914, e fez sua primeira exposição individual. Em seguida, foi estudar nos Estados Unidos.

Ao voltar, em 1917 realizou outra exposição individual, que reuniu 53 de suas obras com forte tendência expressionista – elas foram tidas como revolucionárias, sendo consideradas raízes do Modernismo Brasileiro, movimento que viria reunir diversos artistas nacionais na Semana de Arte Moderna, em 1922.

Em 1923 ganhou uma bolsa para estudar em Paris; seguiu produzindo, sempre com sucesso, e em 1951, participou da primeira Bienal de Artes de São Paulo.

Entre suas obras mais conhecidas estão “O farol”, " A Boba, " O Homem Amarelo " e " A Estudante Russa!"; naa maioria de suas obras, Anita Malfatti utilizou cores puras e vibrantes para expressar temas do cotidiano.

Anita Catarina Malfatti nos deixou em 1964.

DONA VERIDIANA - UMA MULHER À FRENTE DE SEU TEMPO

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Valéria da Silva Prado foi uma figura marcante na história de São Paulo, nascida em 1825 e falecida em 1910.

Casou-se aos 13 anos com seu tio, Martinho da Silva Prado, uma união que visava proteger o patrimônio da família.

Durante os primeiros anos de casamento, ajudou Martinho a administrar a Fazenda Campo Alto, em Mogi Mirim, contribuindo significativamente para o sucesso dos negócios do marido.

Mas não foi um casamento feliz, culminando com a separação em 1878, um evento escandaloso para a elite paulista da época.

Apesar disso, Veridiana continuou a viver uma vida muito ativa, demonstrando sua independência e determinação. Era uma mulher culta, fluente em francês e com conhecimentos de italiano.

Mesmo sendo monarquista em uma época de transição para a República, foi uma defensora da libertação dos escravos, tendo presidido a Sociedade Redentora, que trabalhava pela libertação dos escravos. Promovia também eventos beneficentes e culturais em sua propriedade.

Em 1879 Veridiana adquiriu o terreno onde veio a construir seu palacete, em estilo francês, com material totalmente importado da Europa, ocupando o quadrilátero formado pelas Avenidas Higienópolis e Angélica e ruas Dona Veridiana e Martinico Prado – Martinico era seu filho.

A construção foi finalizada em 1884 e hoje o palacete é a sede do Iate Clube de Santos – é uma edificação magnificamente conservada, com 5 mil metros quadrados de jardins.

Em 1891, chocou as senhoras da sociedade paulista ao não cumprir o período de luto que se esperava após a morte de seu ex-marido, Martinho Prado, ao organizar um leilão beneficente no qual vendeu pessoalmente uvas cultivadas em sua chácara para ajudar os pobres.

Seu legado perdura até os dias atuais, com o palacete tendo sido tombado como patrimônio histórico em 2006. Fotos atuais do palacete, podem ser vistas em  em https://www.descubrasampa.com.br/2022/07/palacete-dona-veridiana-iate-clube-de.html

A rua em que residia, antigamente chamada Santa Cecilia, agora é chamada Dona Veridiana – uma justa homenagem, refletindo sua importância para a história de São Paulo.

OSCAR NIEMEYER - UM DOS MAIS RENOMADOS ARQUITETOS DO SÉCULO XX

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Oscar Niemeyer, nascido em 1907 no Rio de Janeiro, foi um dos mais renomados arquitetos do século XX.

Sua obra é marcada por um estilo único, que incorpora formas sinuosas desafiando as linhas retas tradicionais.

Formado pela Escola Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro em 1934, Niemeyer trabalhou em parceria com o renomado urbanista Lúcio Costa, com quem desenvolveu projetos icônicos, como o Plano Piloto de Brasília.

Sua contribuição para a criação da capital brasileira, inaugurada em 1960, é um dos pontos altos de sua carreira.

Ao longo de sua vida, Niemeyer criou uma ampla variedade de edifícios, incluindo museus, igrejas, prédios públicos e residenciais. Entre suas obras mais famosas estão o Palácio do Planalto e a Catedral de Brasília, ambos em Brasília, e o Conjunto Arquitetônico da Pampulha, em Belo Horizonte.

Além de suas contribuições para a arquitetura brasileira, Niemeyer também deixou sua marca em outros projetos, como o Edifício Copan em São Paulo e o complexo das Nações Unidas em Nova York.

Sua obra foi reconhecida com diversos prêmios ao longo de sua vida, incluindo o Prêmio Pritzker, considerado o Nobel da arquitetura, em 1988.

Oscar Niemeyer faleceu em 2012, aos 104 anos, deixando um legado duradouro e influente na arquitetura mundial, com suas obras continuando a inspirar arquitetos e admiradores ao redor do mundo.

sexta-feira, 1 de março de 2024

TONINHO DA TIA ILÍDIA (ANTONIO PANSONATO) - DEIXOU SAUDADE

A vida do meu primo, Toninho (Antonio Panssonato), foi entrelaçada com histórias de trabalho árduo e laços familiares profundos. 

Filho da tia Ilídia, irmã de meu pai, e tio Primo, morou por um curto espaço de tempo com nossos avós maternos, Beppe e Assunta, que tinham muito carinho e amor para com ele.

Desde muito pequena sempre ouvi meus pais e toda a família dizerem que Toninho, era um bom menino.

Seu apego à família era evidente em seu cuidado para com seus pais e irmã, Maria Gilda. Também era muito atencioso com os tios; sempre visitou meus pais, que o tinham em grande estima; fez isso até que a pandemia impediu esse contato físico, na época somente a meu pai; minha mãe já não estava mais entre nós.

Sua jornada começou cedo, aos 12 anos, quando ingressou na Sifco, para ser um aprendiz da Escola Senai. Desde então tinha uma determinação incomum fazendo dele um jovem responsável, que antes de se casar conseguiu comprar uma casa para si e um pouco mais tarde comprou também uma para seus pais.

Casou-se com Zenaide, seu grande amor e dessa união nasceu Edison, que seguiu os passos dos pais na ética, educação e responsabilidade.

A notícia de sua partida neste dia primeiro de março de 2024, aos 77 anos, deixou uma tristeza profunda em nossos corações, mas preferimos pensar numa festa no céu em sua homenagem. Podemos imaginar uma mesa farta, com curau e doce de abóbora feitos com carinho pelo meu pai e pela avó Assunta, sabendo que essas eram algumas das especialidades deles.

Embora sua ausência seja dolorosa, encontramos consolo nas memórias preciosas que compartilhamos e na certeza de que seu legado de bondade e trabalho árduo continuará a inspirar-nos.

Que Deus esteja com você, Toninho;  descanse em paz.  Saiba que  foi amado e que sua presença deixou um impacto duradouro na vida de quem conviveu com você.

sábado, 24 de fevereiro de 2024

A MEGERA DOMADA, UMA COMÉDIA DE SHAKESPEARE

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"A Megera Domada," uma das comédias mais conhecidas de William Shakespeare, escrita no final do século XVI, é uma peça que combina humor e romance. O contexto histórico e social da época renascentista da Inglaterra elisabetana, influencia significativamente a trama.

A peça inicia-se com Batista, um rico comerciante de Pádua, que decide que sua filha mais nova, Bianca, só poderá se casar depois que sua filha mais velha, Catarina, encontrar um marido.

Catarina, porém, é conhecida como “a "megera" devido à sua língua afiada e natureza desafiadora. O contexto social da época reflete a ênfase na submissão feminina e nos desafios enfrentados por mulheres que questionavam as normas vigentes.

Petruchio, um aventureiro, decide conquistar Catarina para ficar com sua fortuna. O relacionamento entre Petruchio e Catarina é tumultuado, marcado por jogos de poder e estratégias que ele usava para domar a megera. A peça utiliza uma série de artifícios cômicos e situações extravagantes para explorar as complexidades das relações de gênero.

O desfecho da peça, com Catarina se submetendo a Petruchio, reflete as expectativas sociais da época sobre a submissão feminina no casamento. No entanto, algumas interpretações sugerem que Catarina desempenha um papel estratégico para manipular as normas sociais e alcançar suas próprias metas.

"A Megera Domada" é uma comédia que, embora tenha elementos que podem ser vistos como problemáticos à luz das atuais sensibilidades, também oferece espaço para interpretações diversas sobre a dinâmica de gênero e o poder nas relações.

O contexto histórico e social da época de Shakespeare fornece um pano de fundo essencial para entender as complexidades das relações retratadas na peça, enquanto a habilidade do autor inglês em explorar essas questões de maneira cômica e reflexiva continua a garantir a relevância de "A Megera Domada".

No Brasil, a novela "O Cravo e a Rosa", uma adaptação criada por Walcyr Carrasco em 2000 traz de forma livre os elementos de "A Megera Domada" para o contexto contemporâneo.

Ambientada no início do século XX no Brasil, a trama gira em torno de Catarina Batista (interpretada por Adriana Esteves), uma mulher independente e decidida, e Petruchio (interpretado por Eduardo Moscovis), um fazendeiro determinado a conquistá-la.

O Brasil da época, marcado pela presença de diversas culturas, inclusive a caipira e as mudanças sociais do início do século XX, influenciam a trama, destacando as tensões entre tradição e modernidade.

Ambas as obras exploram o tema do casamento como um ponto central, abordando as relações de poder e as expectativas sociais em torno dos papéis de gênero.

ODISSÉIA - UM ÉPICO DA LITERATURA GREGA


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"Odisseia", uma das obras-primas da literatura grega antiga atribuída a Homero, oferece uma narrativa cativante que transcende o tempo. Situada em um contexto histórico da Grécia Antiga, aproximadamente século VIII A.C, a obra reflete os valores e a mentalidade da sociedade da época.

A narrativa segue a jornada épica de Ulisses, também chamado Odisseu, rei de Ítaca, após a Guerra de Troia. Durante sua longa ausência, Ulisses enfrenta numerosos desafios e perigos, incluindo a luta contra monstros, deuses vingativos e a própria natureza.

Ulisses ficou lutando durante dez anos na Guerra de Troia e, após seu término, enfrentou outros dez anos de peripécias e adversidades em sua jornada de retorno a Ítaca, buscando ir para casa e reencontrar sua amada esposa, Penélope, e seu filho, Telêmaco.

Ali chegando, disfarçado de mendigo, descobre que Penélope e Telêmaco, então com 20 anos, estão sendo assediados por um grupo, cuja meta é persuadir Penélope de que seu marido está morto, e que ela deve se casar com um deles, que se tornaria o rei de Ítaca.

Mas, ele não está morto e a fiel criada da família, Euricleia, ao lavar os pés do mendigo que Ulisses está fingindo ser, reconhece-o por uma cicatriz em sua perna e este ordena que ela guarde segredo.

No dia seguinte, instigada pela deusa Atena, protetora de Ulisses, Penélope convence os pretendentes a disputar sua mão, numa competição de arco e flecha, utilizando o arco de Odisseu. Este, ainda disfarçado, vence a competição e passa então a disparar flechas contra os pretendentes e todos são mortos.

Auxiliado por Telêmaco, ao qual já havia revelado sua identidade, Odisseu também executa doze das criadas da casa que haviam feito sexo com os pretendentes e também o pastor de cabras Melâncio, que havia caçoado de Odisseu e o maltratado.

Odisseu então finalmente se identifica para Penélope, que, hesitante quanto à sua identidade, o aceita após ele ter descrito a cama que teria construído para ela após se casarem.

A título de curiosidade, há fatos que ficam em nossa memória para sempre, como o ocorrido numa prova de literatura quando cursava Letras entre 2001 e 2004. Uma das perguntas feitas pelo querido Professor Marcelo Paulini foi acerca do reconhecimento de Ulisses pela criada.

Pergunta capciosa, que somente quem havia lido o livro na íntegra conseguiu respondê-la, já que o livro tem entre 400/500 páginas, dependendo da edição.

ANITA MALFATTI: UMA GRANDE ARTISTA

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Anita Catarina Malfatti nasceu em São Paulo, em 1889. Pintora, desenhista, gravadora, ilustradora e professora, foi uma das pioneiras do Modernismo.

Era portadora de uma deficiência: nasceu com atrofia no braço e na mão direita. Aos três anos de idade foi levada pelos pais a Lucca, na Itália, na esperança de corrigir o defeito congênito. O tratamento médico não teve êxito, e ela pintava com a mão esquerda.

Estudou no então Mackezie College, onde se formou e mais tarde foi professora,

Iniciou seus estudos artísticos com sua mãe, que também era pintora. Em 1910 foi para a Alemanha cursar a Academia Imperial de Belas Artes.

Retornou ao Brasil em 1914, e fez sua primeira exposição individual. Em seguida, foi estudar nos Estados Unidos.

Ao voltar, em 1917 realizou outra exposição individual, que reuniu 53 de suas obras com forte tendência expressionista – elas foram tidas como revolucionárias, sendo consideradas raízes do Modernismo Brasileiro, movimento que viria reunir diversos artistas nacionais na Semana de Arte Moderna, em 1922.

Em 1923 ganhou uma bolsa para estudar em Paris; seguiu produzindo, sempre com sucesso, e em 1951, participou da primeira Bienal de Artes de São Paulo.

Entre suas obras mais conhecidas estão “O farol”, " A Boba, " O Homem Amarelo " e " A Estudante Russa!"; naa maioria de suas obras, Anita Malfatti utilizou cores puras e vibrantes para expressar temas do cotidiano.

Anita Catarina Malfatti nos deixou em 1964.

 

 


 

IÇAMI TIBA - PSIQUIATRA E EDUCADOR


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Içami Tiba, nascido em 1941 e falecido em 2015, foi um psiquiatra e escritor brasileiro cujas contribuições no campo da psicologia educacional e familiar tiveram um impacto significativo. Com uma carreira dedicada a compreender as dinâmicas entre pais e filhos, Tiba tornou-se conhecido por suas obras e ideias inovadoras.

Sua especialidade era a psicoterapia para adolescentes e suas famílias, atendendo, em sua clínica particular, a mais de dois mil pacientes a cada ano, aos quais aplicava os princípios da Teoria da Integração Relacional, por ele próprio criada, e técnicas de psicodrama.

Para Içami Tiba, a maior parte dos problemas psíquicos dos adolescentes pode ser atribuída ao comportamento de seus pais, que agem eles próprios como adolescentes. Esses pais, na expressão criada pelo médico, estariam vivendo numa fase de "adultescência".

Tiba também abordou questões contemporâneas, como o impacto da tecnologia nas relações familiares. Ele alertava para a necessidade de equilíbrio no uso dessas ferramentas, a fim de preservar a interação pessoal e afetiva dentro das famílias.

O psicólogo propunha uma abordagem que envolvia diálogo aberto, compreensão mútua e a imposição de limites de forma equilibrada. Ele acreditava que a disciplina, quando aplicada com amor e discernimento, contribuí para o desenvolvimento de crianças responsáveis e equilibradas.

Ele destacava que a relação emocional entre pais e filhos é fundamental para o desenvolvimento saudável das crianças, defendendo a tese de que quem ama verdadeiramente também educa com qualidade.

Dentre outros livros, escreveu "Quem Ama, Educa" e "Disciplina - Limite na Medida Certa"; Tiba fundamentava sua abordagem na importância do amor e da afetividade na educação infantil.

Mesmo após sua morte em 2015, o legado de Içami Tiba persiste, continuando a inspirar educadores, pais e profissionais da saúde mental. 

Suas reflexões sobre a importância da relação afetiva na educação e as complexidades das dinâmicas familiares permanecem relevantes, reforçando a necessidade de uma abordagem humanizada e amorosa no processo educativo e na construção de laços familiares saudáveis.

 



CASABLANCA: UM CLÁSSICO DO CINEMA




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"Casablanca," um clássico do cinema, foi lançado em 1942 e se desenrola durante a Segunda Guerra Mundial, em um cenário tenso, repleto de intrigas. O filme é ambientado na cidade de Casablanca, no Marrocos, durante a ocupação nazista e o regime de Vichy.

O contexto histórico é essencial para compreender a trama. Casablanca era um ponto muito importante para pessoas que fugiam da Europa ocupada pelos nazistas, tentando encontrar caminhos para os Estados Unidos ou outros lugares seguros; acabou tornando-se um ponto de encontro para espiões, contrabandistas e fugitivos.

A cidade era administrada pelo governo de Vichy, estabelecido na cidade de mesmo nome, desde 1940 até 1944. Esta foi a forma que os alemães usaram para administrar parte da França ocupada durante a Segunda Guerra Mundial. O regime de Vichy colaborava com nazistas; opos-se à resistência francesa que tinha seus líderes em Londres e em Argel, na Argélia.

O protagonista do filme, Rick Blaine (interpretado por Humphrey Bogart), é o proprietário do Café Americain, um local frequentado por uma mistura intrigante de personagens. 

A trama se intensifica quando Ilsa Lund (vivida por Ingrid Bergman) entra no Café com seu marido, Victor Laszlo (com atuação de Paul Henreid), um líder da resistência contra os nazistas. Lembramos que Rick e Ilsa tiveram um romance em Paris, mas se separaram durante a ocupação alemã.

O filme aborda temas universais como amor, sacrifício e patriotismo em meio ao caos da guerra. 

A famosa frase "Play it again, Sam" (em português, "Toque novamente, Sam") tornou-se icônica. Rick pronuncia essa frase várias vezes no filme, pedindo ao pianista do Café, Sam, que toque uma canção em especial: "As Time Goes By", que está ligada às memórias de Rick e Ilsa e contribui para a atmosfera romântica e nostálgica.

O clímax acontece quando Ilsa e Laszlo buscam a ajuda de Rick para conseguirem fugir para os Estados Unidos. Rick, inicialmente relutante devido à sua história com Ilsa, é confrontado com escolhas morais difíceis. Sua decisão de ajudar o movimento de resistência contra os nazistas reflete uma tomada de posição contra o totalitarismo.

Rick os ajuda, mesmo perdendo Ilse, e ela e seu marido conseguem ir para os Estados Unidos.

"Casablanca" recebeu três Oscars, incluindo o de Melhor Filme, e tornou-se um clássico atemporal.

Sua combinação de romance, intriga política e dilemas morais permanece relevante, e o filme é celebrado não só como um exemplo magistral de narrativa cinematográfica, mas também como uma reflexão profunda sobre os desafios éticos enfrentados em tempos de guerra.

domingo, 4 de fevereiro de 2024

IGREJA DE SANTA CECÍLIA - MERECE SER VISITADA


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Localizada no largo de mesmo nome, em São Paulo, a igreja de Santa Cecília merece uma visita.

Uma de suas atrações é o órgão, que foi inaugurado em 1913 com um concerto dado pela maior pianista brasileira, Guiomar Novaes.

O instrumento tem 1.300 tubos de até seis metros de altura, uma pedaleira com 30 teclas e dois teclados com 56 teclas cada um, e foi fabricado na Alemanha por Wilhem Sauer.

O órgão ficou inativo por uma década, até ser restaurado em 2014; hoje, é possível escutar seu som maravilhoso nas missas aos domingos. Estima-se que existam apenas dez órgãos como esse em atividade no país.

Mas esta não é a única atração que motiva a visita à igreja de Santa Cecília: em seu teto, há uma belíssima pintura de Nossa Senhora da Imaculada Conceição, feito pelo famoso pintor Benedito Calixto, que também pintou outros murais na igreja.

Outra atração é o sino, que vem da antiga igreja da Sé.

A igreja realmente merece ser visitada; o acesso a ela é muito fácil, pois a estação Santa Cecilia do metrô fica defronte a ela

"DOUTOR ZHIVAGO" - UM FILME INESQUECÍVEL

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"Doctor Zhivago", dirigido por David Lean em 1965, é uma obra cinematográfica monumental que adapta o romance homônimo de Boris Pasternak. Este épico visual é ambientado na Rússia, começando durante a Revolução de 1917 e se estendendo pela Guerra Civil Russa. 

Com uma trama intricada e uma escala grandiosa, o filme se destaca por sua cinematografia impressionante, narrativa envolvente e performances memoráveis.

A história segue Yuri Zhivago, interpretado por Omar Sharif, um médico e poeta cuja vida é entrelaçada pelos eventos tumultuados que moldaram a Rússia no início do século XX. 

A narrativa é enriquecida pela trágica história de amor entre Zhivago e Lara Antipova, interpretada por Julie Christie, cujas vidas se cruzam repetidamente ao longo dos anos.

Enquanto Zhivago é inicialmente casado com Tonya, interpretada por Geraldine Chaplin, seu coração pertence a Lara, e a intensidade desse amor é uma força motriz emocional ao longo do filme.

O cenário do filme é uma característica impressionante por si só, com vastas paisagens da Rússia capturadas de maneira deslumbrante pela cinematografia de Lean. 

A neve, os trens cortando a paisagem e os amplos campos oferecem uma ambientação visual espetacular que complementa a história.

A trilha sonora de Maurice Jarre é outra contribuição notável, com a icônica "Lara's Theme" se tornando uma melodia instantaneamente reconhecível. A música não apenas acentua as emoções presentes no filme, mas também se torna um componente vital da experiência cinematográfica.

"Doctor Zhivago" é mais do que um simples romance épico. Ele aborda questões políticas e sociais da época, mostrando os horrores da Revolução Russa e da subsequente Guerra Civil. 

A narrativa não apenas destaca as lutas pessoais de Zhivago e Lara, mas também explora a relação complexa entre os indivíduos e os eventos históricos que os moldam.

O filme recebeu elogios da crítica e conquistou cinco Oscars. Sua influência cultural perdura, sendo considerado um clássico do cinema. 

"Doctor Zhivago" transcende as barreiras do tempo, capturando a imaginação dos espectadores com sua narrativa rica, performances cativantes e uma representação visual deslumbrante de um período tumultuado da história russa.

quarta-feira, 31 de janeiro de 2024

GARDNER E A TEORIA DAS INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS

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Howard Gardner, psicólogo e educador norte-americano, nasceu em 11 de julho de 1943.

Gardner é conhecido por sua teoria das Inteligências Múltiplas, proposta pela primeira vez na década de 1980, na qual ele argumenta que a inteligência não pode ser reduzida a um único fator, como medido por testes de QI tradicionais, mas sim que existem diferentes tipos de inteligência, cada um representando habilidades distintas.

A teoria das Inteligências Múltiplas de Gardner identifica oito categorias principais de inteligência:

- Linguística: Habilidade com palavras, linguagem escrita e falada.

- Lógico-matemática: Capacidade de resolver problemas matemáticos e lógicos.

- Espacial: Habilidade em visualizar o mundo em três dimensões.

- Musical: Sensibilidade e habilidade na música e ritmo.

- Corporal-cinestésica: Coordenação física e habilidades motoras.

- Intrapessoal: Conhecimento e compreensão de si mesmo.

- Interpessoal: Habilidade em entender e se relacionar com os outros.

- Naturalista: Sensibilidade e compreensão do ambiente natural.

Gardner propõe que todos possuem essas inteligências, mas em graus variados. Ele destaca que a educação tradicional muitas vezes privilegia apenas algumas dessas inteligências, negligenciando outras importantes para o desenvolvimento holístico das pessoas.

A teoria das Inteligências Múltiplas, teve um impacto significativo na educação, influenciando abordagens pedagógicas que buscam reconhecer e desenvolver as diversas habilidades dos alunos.

Essa perspectiva continua a influenciar positivamente a forma como compreendemos e promovemos o potencial humano.

Howard Gardner é professor de Educação e de Psicologia na Harvard Graduate School of Education.